A Páscoa já lá vai, tendo sido por sinal excelente, devido ao tempo de verão que esteve mas já se foi.
E a Páscoa não é só tempo de amêndoas, ovos de chocolate e folares (tentações, só tentações) mas também de padrinhos, madrinhas, afilhados e afilhadas. E é sobre essas relações que me apeteceu escrever.
Hoje vou começar por falar sobre os meus afilhados. Tenho 4, 3 rapazes e 1 rapariga, tendo orgulho em todos eles, independentemente das suas situações de vida.
Vou falar de cada um deles, começando pelo mais velho e acabando no mais novo.
1º João Pedro - foi o meu primeiro afilhado e a realização de um sonho pois sempre quis ser madrinha. É filho de uma prima do lado do meu pai e um grande amiga minha. Um menino muito bonito e inteligente, neste momento com 19 anos, que se encontra neste momento no 2º ano de veterinária.
2º Pedro Filipe - filho de um primo meu do lado da minha mãe, foi uma boa surpresa saber que tinha sido escolhida para marinha e o meu marido para padrinho. Tem 18 anos e entrou este ano letivo para a universidade, um menino cheio de sentido de responsabilidade e muito esforçado.
3º Filipa - a minha menina, que vi crescer quase todos os dias, a quem mudei fraldas, dei comida e banho, pois a minha mãe tomou conta dela até ela ir para a escola. Uma princesa linda de 16 anos que deve por a andar à roda muitas cabeças de rapazes, filha dos padrinhos do Dinis, é como se fosse a filha que não tive.
4º Vitor - o mais novo de todos, com 13 anos. O que dizer deste menino? Fui madrinha por acaso, pois a pessoa convidada foi a minha mãe, mas ela, como se conseguisse ler o futuro, disse que já era velhota para madrinha e sugeriu que fosse eu e o meu meu marido. Neto e filho de vizinhas do prédio onde morei desde que nasci, tem uma família muito conturbada, tendo sido retirado à mãe pelos avós, que não conseguem ter mão, que está a entrar numa fase cada vez mais complicada.
Todos eles são meus amigos no Facebook (excepto o João Pedro, que nunca aceitou o meu pedido mas também nunca anda por lá...) e eu dentro do possivel tento estar presente nas vidas deles, principalmente nas datas especiais, como aniversários, natal e Páscoa. Nessas datas, além da minha presença, sempre lhes dava qualquer prendinha, na Páscoa o ovo era sagrado, pois bem sei como os miúdos gostam de chocolate, mas sempre acrescentava mais alguma coisa, dependendo da minha situação financeira da altura o valor, algo que nem sequer é importante, pois acho que eles ficavam contentes com o que fosse.
Existe a tradição de os afilhados darem também algo aos padrinhos. Eu não sou particularmente materialista, por isso até podia ser uma única amêndoa, que eu já ficaria contente. E digo ficaria contente pois os meus afilhados nunca me dão nada na Páscoa. Nadica de nada.
Este ano então nem um único dos meus afilhados me desejou boa Páscoa. Nem uma visita, um telefonema, um sms, uma mensagem no Facebook...
Pode parecer um disparate, sei que eles gostam de mim e as datas e tradições tem a importância que lhes queiramos dar, mas tenho de confessar que fiquei um bocadinho triste. Acho que sou uma madrinha presente, dentro das minhas possibilidades e da minha disponibilidade mas se calhar errei em alguma coisa. Vocês recebem folares dos vossos afilhados? Ou a Páscoa é igual aos outros dias? Estarei a fazer uma tempestade num copo de água?
Sei que amanhã já me esquecia, que os vou beijar e abraçar como sempre fiz e espero fazer por muitos e longos anos, mas cá no fundo, ficou uma magoazinha...