Quando a vida começou...

... a crescer dentro de mim foi à 7 anos atrás. Lembro-me como se fosse hoje. Fiz a 3ª ISCI (micro-injecção) na Maternidade Alfredo da Costa. A máquina de congelar os embriões excedentários estava avariada e por isso não havia hipótese de os guardar. Optei por avançar na mesma e transferi 3 lindos embriões para a minha barriga. Chamei-lhe nº 12, 13 e 14.

Era véspera do Dia de Nossa Senhora de Fátima e quando cheguei a casa da minha mãe, rezei, pedi, supliquei, não chegavam já 7 anos de sofrimento???

Um deles foi um herói. Agarrou-se com unhas e dentes à minha barriga e só de lá saiu quando foi expulso à força 9 meses depois...

Quando fui fazer o teste de gravidez nem liguei muito aos números. A análise beta deu o valor de 10,25 e a minha mãe nem se lembrava que era dia de a fazer. Quando 2 dias depois a repeti e o valor subiu para 25, fiquei um pouco mais consciente e uma semana depois o valor era de 1000.

Tudo com muita calma, sem grandes euforias, porque já tinha tido anteriormente um aborto espontâneo. Quando às 8 semanas fiz a 1ª eco, lá estava o meu feijãozinho, com um pontinho a brilhar, que era o seu coraçãozinho. E às 12 semanas a felicidades foi total, o coração do nosso bebé batia acelerado, como convinha!

Nunca mais consegui engravidar, ainda me pergunto como em 20 embriões (que depois tentei o 2º filho...) apenas este se aguentou... Suponho que o meu filho mais velho é um lutador desde o 1º segundo da sua concepção, só pode ser esta a explicação.

E ao fim de 7 anos estás assim, lindo, esperto, inteligente, respondão, atrevido. Já nem me lembro de como era a minha vida sem o meu filho mas sem duvida que se ele não existisse seria bem mais cinzenta e sem graça. Adoro-te meu tesouro lindo, meu lutador corajoso!