terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sobre tudo e sobre nada...

Hoje apetece-me escrever aqui mas não tenho nenhum assunto em especial para contar, por isso vou escrever o que me passa pela cabeça...  :)

No domingo fizemos a árvore de Natal lá em casa. Costumamos fazer no 1º dia de dezembro mas a pedido de várias famílias (leia-se filhotes) fizemos mais cedo. Não foi fácil pois era eu e o Dinis a colocar os enfeites e o Eduardo a tirar... Mas por fim lá ficou esta obra de arte, cuja responsabilidade é em parte dos meus meninos  :)






Na 6ª feira o Dinis foi na sua 1ª visita de estudo com esta escola e foram ao hospital da bonecada. Tinham de levar um boneco para poder ser devidamente tratado e na foto está o boneco que ele levou e que regressou a casa devidamente "tratado" com uma ligadura na cabeça e uma fita vermelha no pulso, de atendimento prioritário  :)


Este ano os habituais jantares de natal vão ser escassos. Costumo andar a correr de um lado para o outro e no mínimo ter meia dúzia de jantares desse género, entre colegas e amigos mas acho que este ano não vai haver mesmo nada. É a crise, mas confesso que tenho pena pois gosto muito destes convívios. A solução seria fazer jantares caseiros mas nem todas as pessoas tem confiança suficiente para o fazerem.

Em relação ao meu post anterior gostaria de dizer que não gosto que me façam comentários anónimos sem se identificarem. Alguém me colocou um link para um artigo em que aparece como anónimo. Ponham um nome, por favor, pois de outra forma os comentários para mim não tem sentido. Pode ser o Zé ou a Maria, mas gosto de chamar as pessoas pelo nome. Podem dizer-me para não permitir comentários anónimos, mas sei de muitas amigas que comentam e que apenas o conseguem fazer dessa forma...

Ainda sobre o post anterior digo-vos que apenas escrevo sobre o meu percurso de vida para saberem que não sou uma pobre menina rica (infelizmente...) pois sei bem o que é viver sem ter dinheiro quase nenhum. Sei o que é não ter quase nada, a nossa sorte, minha e dos meus pais, foi que sempre moramos em casa de uma tia e como a minha mãe tinha muitos irmãos no campo, a batata e a couve não faltavam lá em casa. E não havia Banco alimentar contra a fome nem RSI e reformas era algo que começava  despontar.

Quis mais na vida, quero dar aos meus filhos o mesmo amor e carinho que os meus pais me deram mas não quero que eles passem a nivel financeiro o que eu passei. Estudei, lutei pela vida, nunca desisti de nada na vida e sinto-me impotente para lutar contra estas injustiças que vejo no dia a dia. Há gente pior que eu? Claro que sim, também nunca quis o pódio da mais desgraçada, pelo contrário... Se tenho pena dessas pessoas? Claro que sim, tenho tantos amigos nessas condições que só se fosse completamente insensível pensaria o contrário... E isso significa que me devo resignar e ficar muito caladinha com o que me estão a tirar que é meu por direito, porque trabalho para o ter??? Não me parece!!! E já agora, já que greve não é solução que devo fazer para mostrar o meu descontentamento??? (pacificamente claro, que eu cá não quero confusões...) Sugestões aceitam-se...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Publico versus particular

Já a minha avó dizia: "Dividir para reinar..." e é isso que sinto no nosso pais neste momento. Em vez de unir as pessoas neste momento de crise, o sr primeiro-ministro e os seus capangas dividiram o pais entre o sector privado e o publico.

Sinto isto cada vez que estou à conversa com amigos. Como eu e o meu marido trabalhamos no publico, vem logo dizer que temos muitos privilégios, que ganhamos muito, que há gente a mais... Que engraçado, trabalhamos no publico à alguns anos (durante muito tempo eramos uma instituição publica mas com capitais privados) e nunca ninguém se lembrou de fazer comentários sobre este assunto... só depois dos idiotas que estão no poleiro virem com conversas de treta, parece que tudo o que é mau é culpa da função publica... Suponho que até o tempo é culpa nossa, ou o degelo do Polo Norte...

Confesso que estou cansada desta conversa mas imagino que o intuito de tudo isto seja mesmo desviar a atenção de nós pobres trabalhadores pagadores de impostos, seja do publico, seja do privado, que é, de que é a culpa da crise...
Sim, nós também temos culpa. Quando aceitamos que nos paguem menos para a entidade patronal declarar menos mas dando-nos o resto do vencimento de formas alternativas, quando dizemos que somos mães solteiras quando o pai dos nossos filhos mora lá em casa, simplesmente não é casado connosco e por isso recebemos subsídios aos quais não deveríamos ter direito, quando recebemos RSI porque nos sabe melhor ficar no café a fumar um cigarrito porque trabalhar cansa...

Todas as pessoas que tem este tipo de mentalidades são culpadas do estado do nosso pais... mas não são elas as principais acusadas. Os nossos dirigentes que com a sua gestão negligente, com o favorecimento dos seus amigos e outras aldrabices que tal, transformaram o nosso pais na tristeza que é hoje. E agora eu e vocês que estão ai desse lado é que temos de pagar a crise????

Onde está a culpabilização dos gestores que desviaram milhões, que roubaram, enganaram? Já viram algum??? O Isaltino continua em liberdade, o Duarte Lima foi preso mas deem-lhe 2 ou 3 dias que já vem cá para fora (não me venham com tretas que alguém de origem pobre tem o dinheiro que ele tem sendo trabalhador honesto...) o João Jardim que vai gastar 3 milhões de euros em enfeites de natal e fogo de artificio e adjudicou à empresa de um amigo, o Sócrates que com o seu nariz empinado está agora de "férias" em Paris depois da mãe dele ter comprado uma bela mansão ganhando pouco mais que a reforma minima... 

Esta malta e muito mais é que devia pagar a crise!!! Toda a gente sabe estas coisas e ninguém faz nada???? Mas onde é que está a justiça deste pais, deste mundo??? Eu confesso que a maior parte das vezes nem quero saber pois fica sempre tudo em águas de bacalhau, nada acontece aos corruptos, aos bandidos, aos ladrões????

Fico doente com estas coisas e infeliz também. Chego a questionar-me sobre se ser honesto é bom ou mau. Dizem-me que pelo menos durmo descansada mas quer-me cá parecer que esta cambada também dorme descansadinha e ainda por cima em hotéis de 5 estrelas.

Não sei que vida e tipo de sociedade vamos deixar aos nossos filhos e isso preocupa-me bastante. Eu sei o que é viver quase sem um tostão no bolso, ter apenas a roupa e os sapatos em 2º ou 3º corpo/pé, ter meia dúzia de brinquedos que me eram oferecidos com muito sacrifício mas valiam por 200 de agora. Mas tive muito amor e carinho e se me perguntasse que queria trocar, sem duvida diria que não. Só que eu n~em sequer sabia o que era ter e por isso não me fazia falta...

Por isso não interessa se somos do publico ou do privado, já falei disso aqui, sinto-me roubada, rebaixada, achincalhada. Vamos tentar fazer alguma coisa para melhorar este pais, que não seja roubar aquilo a que os trabalhadores tem direito!!!!

PS - E se os anónimos que vem aqui deixar comentário se identificasse? Podiam ser Zé, António ou Maria mas gosto de chamar as pessoas pelos nomes... E já agora, contem a vossa história como deve ser, digam-me a vossa formação profissional e à quanto tempo trabalham (sim que eu também ganhava 50 contos quando comecei a trabalhar à 23 anos... Obrigada!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Parabéns para mim como bloggeira :)



Virei a pagina da minha agenda da secretária e vejo que hoje é uma data especial: 5 anos de bloggar!!! Não é propriamente este blog que faz anos mas sim eu própria como "escritora" na net, pois bem ou mal vão ficar aqui para sempre os meus desabafos...
O meu 1º post foi no meu 1º blog que tinha aqui
http://era1xeu.blogs.sapo.pt/

"Teste, 1,2,3
Criei este blog agora mesmo e nem sei que hei-de fazer com ele? Que feio... Como é que se põe um blog todo bonito?????"

Mudei para este blog porque tinha dificuldades em anexar fotos e em as ver. Estou feliz aqui e gosto de escrever, gosto de desabafar, gosto de ler os vossos comentários e de sentir o nosso feedback. É assumidamente um babyblog, pois os meus filhos foram muito, muito desejados (como toda a gente que me segue sabe) e por isso são a parte principal da minha vida. Mas também aqui desabafo sobre outros assuntos, sobre o meu dia a dia, sobre as minhas frustrações e desejos...

Fiz através deste meio muitas e boas amigas, algumas já reais, outras que se mantém virtuais mas não menos importantes por causa disso.

Criei à menos tempo o meu blog de livros

www.pereirasbooks.blogspot.com

para falar sobre mais uma paixão da minha vida: a leitura.

Não queria deixar de salientar comentários menos simpáticos sobre blogs como o meu, que basicamente falam de crianças, a essas pessoas digo-lhes que não sejam invejosas e que arranjem uma vida além de dizerem mal dos outros! Ora toma!   lol

Ora então parabéns a mim e continuem com as vossas visitas e os vossos comentários, que eu dentro do possível, vou continuar por aqui a contar a minha vidinha para quem a queira ler, neste meu diário/semanário publico...

Obrigada por estarem ai desse lado!!!!!!


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sobre adoção

Já à algum tempo ando para fazer um post sobre adoção. Por nada de especial e por tudo o que significa na minha vida. E ontem recebi um mail de resposta da assistente social que tratou do processo de adoção do meu menino e que me disse que apenas eu e outra mãe lhe vamos dando noticias do meninos e que elas gostam tanto de saber como as coisas estão a correr e de acompanhar o crescimento deles...

Cada vez menos pessoas sabem que o meu filho é adotado, visto já ter o nosso nome e acho engraçado quando comentam que é parecido com o pai  :) Também vou pensando cada vez mais que se aproxima a altura em que terei de conversar com ele e de lhe dizer que não nasceu na barriga da mãe mas sim no seu coração. não me sinto particularmente ansiosa em relação a essa conversa mas tenho algum receio na reação dele. Será ele a desencadear tal conversa quando demonstrar curiosidade sobre algumas coisas, como não ter fotos desde que nasceu, como o irmão ou não ter estado na barriga da mãe. Já me fez alguns comentários sobre estar dentro da minha barriga mas eu acho que com 2 anos, ainda não ia entender o que eu tenho para lhe explicar.
Os comentários são cada vez menos sobre nós mas ainda sinto que as pessoas falam à nossa passagem em como adotamos uma criança. não de uma forma negativa mas quase com admiração. Porque para mim e para o meu marido a adoção foi uma coisa tão simples, tão fácil, tão comum, que me surpreendeu que a maior parte dos meus amigos e familiares, alguns dos quais que eu considero pessoas com o espírito muito pratico e aberto, me dissessem que nunca adotariam uma criança... E a principal razão para não o fazerem era acharem que podiam não as amar suficientemente...

Também me questionam frequentemente se eu não tenho medo de gostar mais do Dinis por ser meu filho biológico ou se não penso que estou a tirar coisas ao biológico para dar ao adotado, principalmente com a crise que nos apanhou.

Respondo sempre se que por um segundo me tivesse passado tal ideia pela cabeça nunca teria avançado para adoção. E que se tivesse 2 filhos biológicos nunca ninguém me faria a pergunta de se achava que estava a tirar a um para dar ao outro...

A nivel se aceitação, acho que 100% das pessoas da minha família e amigos aceitaram o Eduardo como "igual", digamos assim, apesar de existirem algumas pessoas que eu sei que gostam muito dele, acho que é um querido mas nunca exatamente igual ao meu filho mais velho... Tenho uma tia que a 1ª coisa que perguntou quando lhe contei que tinha adotado, foi se ele era "clarinho" e diz imensas vezes que gosta muito dele mas o Dinis é que é o seu menino... Outra passa a vida a dizer que eu vou ter muito trabalho com ele, cada vez que faz uma birra ou mostra má, algo normal nas crianças, mas cujos comentários nunca são dirigidos ao mais velho.

E noutro dia descobri que o meu filho é um menino "diferente". Porque na escola do Dinis leram um livro sobre meninos diferentes e lá estava escrito que as crianças adotadas eram diferentes das outras e tínhamos de as aceitar bem, blá blá blá... O Dinis na sua inocência de criança, a quem sempre foi passada a ideia de que a adoção era algo tão comum e natural como beber um copo de água, disse logo que o mano dele era adotado... Vieram logo mães de outros colegas dele, que não sabiam, perguntar se era verdade e passaram a trata-lo com uma atitude quase paternalista.

Também me faz confusão quando leio ou vejo pessoas ofendidas quando lhes dizem que pode adotar, por terem problemas de fertilidade (como eu tenho). A adoção nunca deve ser uma alternativa mas sim um complemento. E deve ser uma decisão de comum acordo entre as duas partes envolvidas. Que me desculpem se vou ofender alguém com o que vou escrever, mas quem tem problemas para engravidar e não põe a hipótese de adotar ou acha que é um disparate alguém propor tal, não quer ser mãe, quer sim estar gravida. E existe uma diferença, eu bem sei pois apesar de amar o meu filho adotado EXATAMENTE da mesma forma e com a mesma intensidade que sinto pelo mais velho, gostaria de o ter sentido crescer dentro de mim, de lhe poder contar histórias de embalar onde lhe dissesse que este quentinho na minha barriguinha durante 9 meses...

Mas o amor é algo que nasce com o convívio, que cresce como uma flor, que se conquista. Amar os nossos filhos quando estão dentro da nossa barriga, sentir uma paixão imensa logo que eles nascem? Sim eu senti isso pelo Dinis mas existem muitas mães que não o sentem, que não tem afinidade pelos filhos, que só sente esse amor de mãe muito tempo depois de os filhos terem nascido, ou nem o sentem sequer...

Por isso acreditem, ser mãe do coração é tão bom como ser mãe biológica, faz-nos sentir realizadas da mesma forma e nem nos lembramos que esse ser lindo que existe nas nossas vidas não nasceu da nossa barriga mas sim do nosso coração e que daríamos a vida por ele, em qualquer momento, sem pensar 2 vezes.


Nome do meu baby mais velho

Nome do meu baby mais novo