Era prima direita do meu marido. Não dera daquelas que eu via mais vezes nem com as quais tinha mais afinidades mas sempre que a encontrava estava bem disposta e animada, apesar de a vida nem sempre ter sido amiga dela.
Amou e separou-se. Foi quase mãe e perdeu o filho quase no final do tempo de gestação. Teve vários empregos, comprou a sua própria casa, ajudava os pais principalmente por ter uma mãe que teve um AVC à 2 anos e desde essa altura praticamente não sai da cama. Sempre a conheci como bombeira e o seu coração era fiel a esta profissão por vocação.
No sábado um acidente levou-lhe a vida. Ia num carro tanque cheio de água cujo motorista perdeu o controlo, foi cuspida da viatura e tudo acabou ali. Ela sempre disse que adorava ser bombeira e que daria a vida por isso e assim foi...
Tinha 46 anos e uma vida ainda pela frente. O seu funeral foi o mais que já vi, com dezenas e dezenas de bombeiros, policias, pessoas da proteção civil, a presidente da câmara municipal de Abrantes, o Ministro da Administração Interna... Mereceu cada homenagem que lhe foi feita, não merecia a forma como morreu e tão cedo. De qualquer forma foi no cumprimento da sua missão de ajudar o próximo e sem duvida que se ela pudesse escolher, seria assim que partiria.
Até sempre, Paulina Pereira