quinta-feira, 31 de março de 2011

O porquê de não adoptar mais...

No seguimento do meu post anterior, algumas pessoas perguntam porque não a adopção de novo, visto que filhos biológicos só mesmo um milagre e eu acho que já esgotei a minha taxa de milagres nesta vida...

Como escrevi anteriormente, esperei quase 8 anos para ter nos braços o meu filho adoptado. Inscrevi-me em 2002 e pedi para me se entregue uma criança até aos 3 anos de idade, saudável. mas podia ter irmãos, não nos importávamos de adoptar mais do que uma.

Eu tinha 32 anos e o meu marido 40 quando nos inscrevemos. Na altura foi nos dito descaradamente que éramos um pouco "velhotes" para nos entregarem uma criança tão pequena e tentaram que adoptássemos crianças mais velhas.

Sei que existem imensas crianças mais velhas em instituições que merecem um colo e muito amor e carinho. Também sei que elas estão lá porque tal como eu, a a maior parte dos candidatos à adopção querem crianças pequenas... E porque será que isso acontece? Pela parte que me toca, queria seguir todas as fases do seu crescimento, já que a gravidez e senti-lo a crescer dentro de mim não poderia ter, então que pelo menos o seu crescimento, o nascimento do 1º dente, os seus 1ºs passos, as 1ªas palavras...

Penso que é preciso ter coragem para adoptar uma criança mais velha. Pode ter um passado complicado e ter memória do que passou. Pode não ser fácil lidar com ela mesmo dando muito amor e carinho. Por isso as pessoas que o fazem devem estar conscientes destas questões e não devem ser pressionadas a fazê-lo, devem fazê-lo com muito amor e de coração aberto mas nunca com duvidas...

Não se deve adoptar quando se tem duvidas. Quando o Eduardo foi para a minha casa, muitas pessoas me fizeram perguntas tal como:
- Não tens medo de gostar mais do teu filho biológico do que do adoptado?
ou
- Com este tempo de crise, não tens medo de teres de deixar de dar coisas ao teu filho biológico por teres o adoptado?

A minha resposta é sempre a mesma, se tivesse duvidas fosse de que tipo fosse, de que não seria igual para os 2 ou que não o conseguiria amar tanto como se tivesse saído da minha barriga, nunca teria avançado para a adopção.

Inscrevi-me por não ter conseguido ter filhos biológicos até essa altura mas mesmo depois de ter conseguido o meu milagre, continuei a ter espaço no meu coração para outra criança, que entrasse na minha vida seja de que forma fosse.

O meu continua a ter espaço para mais. Adopção? Esperei 8 anos, tenho 41, será que posso esperar mais 8? E além disso com esta idade não me dão nenhuma criança pequena. Adoptar crianças mais velhas? Também não me parece, pois acho importante que o meu filho biológico seja sempre o mais velho da família. E nem me davam crianças mais velhas que o mais novo lá se casa...

Por isso não avanço para nova adopção, com muita pena minha. Se não tivesse esperado tantos anos, se tivesse esperado apenas 2 ou 3 anos no máximo sem duvida que me inscrevia de novo para o 3º filho... Não é justo que demore tanto tempo só porque sou da zona de Lisboa quando sei quem em outras zonas do pais adoptam-se crianças em 1/2 anos... Disseram-me que eu tinha de adoptar uma criança da zona onde estava inscrita mas não compreendo a lógica, não posso adoptar uma criança do Algarve ou de Trás-os-Montes porquê?

E os juizes, porque deixam as crianças estar tanto tempo à espera? Qual a lógica de a mãe biológica do meu filho ter dito logo na maternidade que o dava para adopção e ter assinado papeis nesse sentido e apenas 13 meses depois dele foi lá para casa????

Todo este processo tem de ser revisto, tem de ser mais rápido, tem de ser mais simples. Para bem das crianças que tanto necessitam de amor, carinho e um colinho bom. Pois acredito que sejam bem tratadas na maioria das instituições (e o meu filho foi-o sem duvida) mas aquele mimo bom que só uma mãe e um pai podem dar, isso não tem. Eu bem vi no meu filhote, quando foi lá para casa não gostava muito de mimos nem festas nem beijinhos e hoje adora, anda sempre a pedir mais um miminho e um colinho.

Sou feliz com os meus filhos, adoro-os de paixão e penso todos os dias que o nosso país está a levar um rumo tão complicado que cada vez é mais difícil criar filhos aqui, mas se viesse mais um seria bem vindo. Sabem que o Dinis pede ainda uma mana? E o Eduardo já veio com a conversa de que se tivesse outro mano, lhe chamava Filipe???? O mundo dá tantas voltas que nunca se sabe, uma coisa eu sei, para ter netos ainda faltam pelos menos uns 15 anos!!!



sexta-feira, 25 de março de 2011

Ter mais filhos

Sempre quis ter muitos filhos. Gosto muito de crianças, sou filha única e sempre me imaginei numa casa cheia de crianças a correr de um lado para o outro.

Quis o destino trocar-me as voltas e a infertilidade entrou de mansinho na minha vida. Foram precisos 8 anos para o meu filho biológico entrar na minha vida. Para que tal acontecesse fiz vários tratamentos mais simples, como indução de ovulação e mais tarde 3 micro-injecções e 2 Transferência de Embriões Congelados. Fique gravida do 2º tratamento mas sofri um aborto espontâneo à 7 semanas. Nessa altura, em 2002 , inscrevi-me para a adopção.

Nunca engravidei espontâneamente, apesar de todos os médicos e todos os exames apontarem para que era algo perfeitamente possível, mas ao fim de quase 15 anos de casamento, a verdade é que engravidei 2 vezes, através de tratamentos de procriação medicamente assistida.

Voltei a tentar engravidar do 2º filho. Como não podia recorrer a hospitais do estado utilizei o dinheiro que a minha mãe me tinha deixado quando faleceu para fazer mais tratamentos. Nunca chegada à fase de fazer o beta para saber se estava gravida pois uns dias antes aparecia aquele-cujo-nome-não-vou-mencionar e o sonho acabava antes quase de começar a ter esperança.

A médica achou que o meu sangue coagulava com muita rapidez e acabei por fazer exames no Instituto Ricardo Jorge que indicaram que tinha um problema de coagulação congénito. Achei que o problema estava encontrado, era aqui que estava a dificuldade de implantação dos embriões e voltei a fazer tratamentos, desta vez dando injecções na barriga de um anti-coagulante. Mas de nada valeu, continuava a não chegar a fazer a beta e resolvemos desistir, era chover no molhado.

Bem, desistir é uma força de expressão, eu nunca descobri onde estava o botão para desligar a vontade de ter mais filhos...

Em Janeiro do ano passado chegou o Eduardo à minha vida, pela via da adopção e acreditem que nos 1ºs tempos não pensava mais em engravidar, pois a minha vida estava mais ocupada do que nunca e 2 filhos parecia-me perfeito.

Mas eu sou humana e como tal, nunca estou totalmente feliz com o que tenho. Volta e meia dou comigo a sonhar em ter mais um filho, pois 3 era agora o meu nº ideal de filhos... Todos os meses acredito num milagre, todos os meses tenho um bocadinho de esperança, mesmo em meses como este, em que tive montes de dores de barriga, de costa e de cabeça, sintomas da chegada daquele-cujo-nome-não-vou-mencionar. Mesmo sabendo que tenho 41 anos e nunca engravidei naturalmente e que a fertilidade é cada vez menor a cada ano que passa. Mesmo sabendo que ter mais um filho implicaria encargos financeiros que neste momento nos iriam tornar a vida verdadeiramente difícil.

Depois há alturas piores, quando de repente me vejo confrontada com noticias de montes de pessoas gravidas à minha volta, do 1º, 2º ou 3º filho... Fico feliz por elas, fico sim, mas cá no fundo queria de novo sentir uma vida a crescer dentro de mim, queria também eu ter uma noticia destas para partilhar...

Sei que vão pensar que pareço ingrata, que me estou a queixar de barriga cheia, que tenho 2 filhos magníficos e saudáveis e eu sei isso tudo, melhor do que ninguém, mas mesmo assim, desistir de vez só quando chegar a menopausa e muitas vezes anseio por ela, para deixar de sonhar e me sentir um pouco menos insatisfeita (ou não...).

Com tudo isto não quer dizer que não seja feliz. Sou e muito. Adoro os meus filhos, a minha vida com eles, dou graças por todas as pequenas alegrias que a vida me dá. Sou sortuda por ter seres maravilhosos na minha vida. Mas a vida também é feita de sonhos e se nos sentíssemos completamente satisfeitos na vida, então tinha atingido todos os objectivos e se calhar a vida não teria sentido.

Obrigada por estarem ai desse lado a ler estas minhas divagações, que podem até não fazer muito sentido e aqui fica uma foto das razões principais da minha felicidade :)



quarta-feira, 16 de março de 2011

Novidades atrasadas do Carnaval

Não vos venho dar noticias neste meu cantinho já à algum tempo pois tive o Eduardo com um otite e tive de ficar em casa alguns dias com ele. Agora estou sem net em casa, a não ser a do telemóvel e por isso fico mais isolada. O meu menino tem mais um dentinho a nascer, o nº 19, e por isso lá vem doença!

Também não sei porquê esta semana não conseguia aceder ao Blogger, dava-me um erro, mas hoje lá consegui :)

O problema com os meus sogros está mais ou menos resolvido, ao fim de 3 semanas a minha sogra lá me pediu desculpa e eu pelo bem, do meu marido e dos meninos, que merecem ter pais e avós contactáveis, pois com os meus infelizmente já não podem contar, lá aceitei as desculpas, pelo menos até à próxima vez, mas espero que a partir de agora ela pense um pouco antes de dizer o que não deve...

O nosso Carnaval foi divertido e animado. Lá em casa andaram um palhaçinho e um pirata. O Eduardo gostou tanto da fantasia que até queria dormir com ela e só a despia porque dormia com o chapéu à cabeceira.... :)



No sábado de Carnaval lá fui eu com o meu filhote mais velho para uma festinha de aniversário de uma amiga e para não variar, pintou a cara desta forma:



Muito giro, certo? Mas nem imaginam o trabalhão que me deu a tirar esta tinta da cara dele... Até porque onde ele se encostava, ficava tudo preto, inclusive a minha camisola verde e a cara do mano :)

Domingo o tempo não estava nada de jeito, por isso fomos passear para o centro comercial, que até tem um pequeno parque infantil, para os meninos mostrarem as suas mascaras e esticarem as pernas um bocadinho.

Na 2ª feira tiramos um dia de férias e fomos até ao Alentejo visitar uns amigos e o dia correu muito bem, apesar de ter chovido quando resolvemos passear um bocadinho :(



E pronto, aqui ficam as novidades, até breve :)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Os meus sogros

Nunca fui grande fã dos meus sogros. São pessoas completamente diferentes de mim e enquanto a minha mãe foi viva, sempre que era necessário alguma coisa, era ela que ajudava, sem ser sequer preciso pedir-lhe alguma coisa.

Nem todos podemos sentir afinidade com toda a gente mas eu fui fazendo o que podia e engolindo todos os sapos e mais alguns, pois são os pais do meu marido e os avós dos meus filhos, mesmo achando que a maneira como eles levavam a vida deles não tinha praticamente nada em comum comigo.

Quando fiquei gravida o comentário que o meu sogro fez foi: "Espero que não tenha trocado o frasco...". Durante a gravidez do meu filho, a minha sogra foi a única pessoa que foi desagradável comigo e me fez chorar.

Quando a minha mãe faleceu gostava muito que eles passassem a ser para mim como uma 2ª mãe e um 2º pai mas nada disso aconteceu, da parte deles nunca tive grandes ajudas, especialmente da minha sogra.

Ao comunicarmos que iamos receber o Eduardo os meus sogros foram as únicas pessoas da família que não ficaram felizes e até comentaram: "Nem sabem no que se estão a meter!".

Ao acabar a nossa licença de maternidade, ainda tínhamos um mês e meio até às nossas férias e não sabíamos onde colocar o Eduardo, mas o meu marido lá falou com os pais e a 1ª coisa que a minha sogra disse foi logo que não podia ficar com ele pois tinha de ir à terra tratar da horta... Mas o meu sogro lá lhe deu a volta, acabando por ficar com o menino, o que fez com que criassem uma ligação mais especial com ele.

Vai fazer este domingo 15 dias que tínhamos combinado ir almoçar cozido à portuguesa a casa deles. Mas pela 1ª vez desde que tenho 2 filhos, toda a gente dormiu bem e acordamos tarde. Disse ao meu marido para ligar aos pais a dizer que íamos mais tarde e assim a minha sogra podia atrasar um pouco o almoço.

Chegamos um minuto antes da hora combinada e a minha sogra começou logo a gritar connosco, que não comia desde as 9h 30m da manhã ao que nós respondemos que podia ter comido, pois claro, quando as refeições se atrasam um pouco petiscamos sempre pão ou fruta lá em casa. Ainda gritou mais a dizer que na casa dela fazia e dizia o que lhe apetecia e que nós tínhamos de ouvir... Eu disse que então se calhar era melhor eu comer na minha casa ao que ele respondeu que não queria saber, pois eu não fazia falta nenhuma!!!

Desculpem lá mas a paciência tem limites, eu por mim tinha agarrado nos miúdos e vinha-me embora, mas o meu marido pediu e eu lá fiquei, num almoço fantástico com o ambiente de cortar à faca.

Na 5ª feira seguinte, quando o meu marido me disse que a mãe tinha ligado para irmos lá jantar eu disse que não ia, que fossem eles os 3, mas que eu só voltava lá quando ela me pedisse desculpa pode ter sido tão mal educada comigo, pois eu só gosto de ir a sítios onde me sinto desejada, não gosto de impingir a minha presença a ninguém... O meu marido concordou e quando ligou à mãe a dizer isso, ela disse que ou iam todos ou não queria nenhum lá em casa! Meu Deus, será que se pode ser mais desagradável???? O meu marido é filho único, damo-nos bem um com o outro por isso os meus sogros até deviam estar felizes por ao fim de 15 anos de casamento nos darmos tão bem...

Confesso que esta situação me deixa infeliz, ao longo destes anos tenho-me esforçado para que exista harmonia mas sinto que isso não é reciproco da parte dos meus sogros, tudo para eles é bom para criticar, deitar a baixo, dizer mal... Tenho de vos dizer que não estar com eles não me faz grande falta e ao Dinis também não, pois ainda não perguntou por eles neste tempo que se passou. Mas sinto o meu marido triste e o Eduardo quase todos os dias pergunta porque não vamos a casa deles... Nunca mais telefonaram nem quiseram saber de nós, devem estar à espera que vamos lá ter com eles de orelha murcha mas o meu marido é daquelas pessoas muito calmas e pacificas, mas quando se zangam, saiam de perto e ele ficou muito magoado.

Enfim, foi um desabafo, mesmo só porque sentia um nó aqui no peito sobre esta situação...

Nome do meu baby mais velho

Nome do meu baby mais novo